As Práticas Do Management 3.0 Que Transformaram o Time Em Um Megazord — I — Moving Motivators.

Douglas Bianchezzi
5 min readDec 23, 2019

Sou um apaixonado pelas coisas, e principalmente pelas atividades que realizo.

Nunca soube fazer as coisas se não fosse me entregar completamente aquilo.

Esse talvez seja minha característica mais marcante, além da falta de cabelo…

Porém, demorei bastante para saber lidar com problemas, ou com o fato de que nem sempre as coisas saem do jeito como planejamos. Tenho várias histórias de ter chegado em situações onde simplesmente fiquei sem reação nenhuma, pois não tinha um backup, ou plano B para contornar a adversidade. Deuses, eu era uma pessoa muito complicada…

E o ‘era’, apesar de haver discussões sobre o fato de ‘ainda ser’, vale ser referenciado como passado, pois é evidente que mudei bastante. E as histórias que vou contar nessa série são justamente para expor como essa equipe me ajudou a melhorar e mudar…

Além da equipe incrível, as técnicas do Management 3.0, que me foi apresentado em novembro de 2018, no TDC de Porto Alegre foram direcionadores pra conseguir colocar a equipe e as ideias em ordem.

Desde que voltei de lá, tentei colocar em prática a maior quantidade de atividades possíveis na equipe que liderava, a fim de avaliar principalmente os aspectos: Engajamento, Competência Técnica e Dedicação. Hoje, não estou mais a frente dessa equipe, mas sempre digo que eles foram um laboratório fantástico, de onde muitas coisas boas saíram…

Neste, e nos próximos artigos irei descrever alguns dos jogos e técnicas que instituí junto a equipe, bem como irei comentar sobre a perspectiva que tenho frente ao desenvolvimento da equipe e da própria empresa.

Por exemplo, neste primeiro artigo, quero falar sobre como iniciamos tudo:

Moving Motivators, ou os famosos C.H.A.M.P.F.R.O.G.S

Esse game é fantástico para você começar a entender do se trata exatamente o M30, uma vez que não faz sentido você sair pedindo para a equipe rodar essa atividade, sem que você tenha feito isso primeiro. Pare 15min e organize esses carinhas de maneira a refletir a resposta para uma pergunta:

O que te tira da cama todos os dias para ir trabalhar?

Os Champfrogs criados pelo Jurgen na teoria do M30 são baseados no conceito exposto por Steven Reiss em ‘Who Am I? the 16 basics desires that motivate our actions and define our personalities’.

Jurgen reduziu os 16 para 10, facilitando um pouco as coisas… visto que o objetivo geral da dinâmica é que os players se conheçam a ponto de conseguir organizar suas motivações intrínsecas por ordem de relevância. Da que menos motiva para a que mais motiva…

As 10 motivações propostas são as seguintes:

Curiosidade: os profissionais têm muitas coisas para investigar e pensar.

Honra: os profissionais de honra sentem-se orgulhosos de que seus valores se reflitam em como eles trabalham.

Aceitação: necessidade de aceitação/aprovação sobre o que as pessoas fazem e quem são.

Maestria: o trabalho desafia a competência das pessoas, mas está dentro de suas habilidades.

Poder: há espaço suficiente para os profissionais influenciarem o que acontece ao seu redor.

Liberdade: As pessoas são independentes das outras pessoas com seu trabalho e responsabilidades.

Relacionamento: as pessoas têm bons contatos sociais com os outros em seu trabalho.

Ordem: os profissionais de ordem têm regras e políticas suficientes para um ambiente estável.

Objetivo: o proposito das pessoas na vida é refletido no trabalho que elas fazem.

Status: pessoas possuem uma boa posição e são reconhecidos por seus colegas.

The 10 Chapfrogs — M30

Mas afinal, o que significa compararmos os tais motivadores intrínsecos com os extrínsecos?

Ora, podemos resumir a parte de motivação extrínseca de maneira muito simples:

Dinheiro!

Agora, essa relação acima, é basicamente o que cada pessoa carrega no peito, e que leva para o trabalho, e isso inevitavelmente fica refletido em suas decisões e atitudes.

Pois bem…

Se você conseguiu entender o objetivo da dinâmica, já deve ter começado a pensar nos colegas da sua equipe, e qual deve ser o mais motivador pra eles, segundo a sua visão… e assim por diante.

Porem, novamente, antes de começarmos a rotular as coisas de maneira adiantada, é muito importante que os gestores e líderes tenham noções próprias de autoconhecimento a fim de que realizem internamente seus próprios motivadores.

Como rodei esse experimento, e o que descobri ao fundo

Aproveitei uma sessão de feedback com os colegas para apresentar o conceito e as explicações acerca de porque estava fazendo isso, de onde vinha, e qual o objetivo. E no meu caso, meu objetivo era claramente conhecer mais e melhor meus colegas, a ponto de conseguir enxergar mais em suas ações diárias.

Resultado… foi um sucesso do caralh#. Como disse, invariavelmente você cria alguns estereótipos dos colegas, e essa atividade lhe permite conversar com a equipe e explorar o motivo daquela formação específica. E isso rende conversas excelentes. Pessoas curiosas naturalmente vão se motivar pra caramba quando você enquanto gestor designar tarefas novas que vão exigir conhecimentos novos, e desenvolvimento… o mesmo acontece com os que prezam por Maestria… era, projetos complicados são desses caras, e assim por diante.

Pra mim, todas as vezes que joguei moving motivators após esse primeiro momento foram ótimas. Pudemos fazer um comparativo sempre com a última atividade, e esse momento de voltarmos no tempo e analisarmos as coisas é sempre prazeroso. Todos avaliamos como foram os últimos meses, e o que mudou em nosso comportamento desde a última vez em que havíamos ‘brincado’ disso. E uma coisa é certa: Não existem certo ou errado nessas práticas.

Todas têm seus prós a fim de que líderes possam se aproximar dos membros da equipe, e extrair o melhor dos colaboradores em prol dos objetivos da empresa. Porém… acima de tudo, o incentivo ao desenvolvimento de cada um dos motivadores vale bastante o estudo.

Afinal, é importante que se os colaboradores encarem alguns deles com maus olhos, cabe ao líder alinhar exatamente em quais cenários cada um daqueles motivadores pode ter seu papel e sua utilidade.

Vou continuar trazendo feedback dos experimentos que rodei com o pessoal. Voces vao invejar o laboratorio que eu acabei tendo acesso…

Até lá!

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Douglas Bianchezzi

College Teacher at @FaculdadeMaterDei. @EXIN Instructor Brazil; Executive at @DB1